[email protected]

Você sabia que há uma grande diferença entre disfluência ou gagueira natural e gagueira vivida como sofrimento?

A disfluência ou gagueira natural acontece quando a pessoa não sabe, de imediato, quais palavras usar para dizer o que pretende, quando faltam as palavras. Preenche um tempo em que a pessoa está planejando/ organizando/ preparando o que pretende dizer. Geralmente é composta por repetições de sons, silabas e/ou palavras; hesitações como “é, é, é, é”; prolongamentos de sons; pausas silenciosas.

Todas as pessoas, sem exceção, passam por momentos de falta de fluência independentemente da idade, porque as atividades automatizadas, como é o caso da fala, estão sempre sujeitas a tropeços imprevisíveis. A ocorrência dessa falta de fluência depende basicamente do que se fala, onde se fala e para quem se fala, o que envolve mudanças nos estados emocionais da pessoa. Exemplos: falar sobre um assunto difícil com alguém importante; falar numa situação em que se sente constrangimento; falar depressa.

No período entre os 2 e 4 anos de idade a presença de disfluências ou gagueira natural é muito comum, porque é quando a criança está desenvolvendo o vocabulário e a capacidade de usar as regras da língua falada em seu meio. Então a falta de palavras para dizer o que pretende pode ser mais frequente.

Assim, quando a criança disflui é sinal que as palavras que irão compor o que ela pretende dizer não estão facilmente acessíveis para ela. Isso não é nem errado nem problemático, é apenas parte do processo de desenvolver linguagem.

Entretanto, se esse modo de falar preocupa aos pais ou professores não se deve esperar um tempo para ver se passa. Um profissional especializado em problemas de fluência de fala deve ser prontamente consultado, para um esclarecimento sobre as reações favoráveis e desfavoráveis ao desenvolvimento da capacidade de se expressar com segurança e liberdade.

A gagueira como sofrimento ao falar acontece quando uma pessoa sabe quais palavras quer usar, mas sente vergonha, medo, falta de confiança em sua capacidade de pronunciá-las fluentemente; prevê a aparição da gagueira e tem medo de não poder controla-la.

É um erro acreditar que a disfluência ou gagueira natural é o inicio da gagueira como um sofrimento, visto que estes são acontecimentos de natureza oposta entre si.

A reação dos outros à disfluência ou gagueira natural como se ela fosse um problema, está na raiz da formação de uma imagem de si como mau falante. Essa imagem é a principal característica subjetiva da gagueira como um sofrimento.

A imagem de mau falante funciona como um estigma ou marca negativa e seu efeito é a vergonha, o medo, a culpa e a falta de confiança na capacidade de falar fluentemente. Devido a isso surge uma fala com repetições, hesitações, prolongamentos, travas ou bloqueios, trocas de palavras, interposição de sons estranhos e tensões musculares.

Para tratar a gagueira é necessário procurar um profissional especializado nos problemas de fluência de fala.

  • arte gráfica Alexandre Paes Dias
  • ano 2012
  • realização
  • apoio